A Valéria, hoje, muda o seu registo de opinião e traz-nos as suas impressões sobre a leitura de uma das obras mais famosas do escritor Eric Arthur Blair, imortalizado com o nome de George Orwell, \”A Quinta dos Animais\”. Relembro que as suas obras entraram em domínio público, recentemente. Esta edição portuguesa foi traduzida por Paulo Faria e reeditada, com uma nova capa, pela Antígona.
Demorei um pouco a elaborar a opinião deste livro pois sei que se trata de um assunto complicado e que nem todos pensam como eu. No entanto, somos livres de expressar a nossa opinião e gosto de livros que me deixem a pensar, por isso, decidi escrever o que senti com esta leitura.
Antes de mais, este livro leva-nos para uma quinta de animais que, por estarem cansados de serem escravizados pelos homens, decidem fazer uma rebelião e expulsar o senhor da quinta, o que faz com eles se tornem os líderes da mesma.
Como donos, os animais decidem escrever os seus mandamentos para que consigam manter a harmonia e, de facto, no início, tudo pareceu ficar muito harmonioso e pacifico. Contudo, mais tarde, o ambiente transforma-se em algo sombrio e sangrento.
Os mandamentos que eles tinham criado, após a expulsão dos humanos, já não se cumpriam. Napoleão, o porco que liderava os restantes animais, tomou conta da quinta e, ao mesmo tempo, começou a manipulá-los para os convencer de que as suas decisões eram as mais acertadas.
À medida que fui lendo este livro, fiquei a pensar naquilo que aconteceu na idade média, de como as pessoas não eram livres de dizer ou pensar o que queriam. Eram todas controladas para não opinarem e quem o fizesse morreria.
Naqueles tempos, queimavam as \”bruxas\”, queimavam vários livros antigos, destruíam várias bibliotecas, obrigavam os velhos a esquecer, proibiam que eles falassem com os filhos e netos para contar a verdade, matavam quem o fizesse e, como se tudo isso já não fosse suficiente, introduziam novas ideologias na cabeça das crianças. Sem contar que as tradições antigas dos povos eram todas proibidas e substituídas por novas, falsas.
No fundo, o que este livro mostra-nos é que não devemos acreditar em alguém só por ser um líder, rei, ou presidente. Hoje em dia, acreditamos em tudo o que dá nas notícias, tudo o que os presidentes dizem só porque são eles a dizer. Temos de começar a pensar por nós, a formarmos as nossas opiniões das situações. Não nos podemos deixar levar pelo que os outros afirmam ser certo ou errado. Temos de começar a pensar para lá da caixa.
Foto: George Orwell; Fonte: BBC
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Sobre o autor:
George Orwell, pseudónimo do escritor Eric Arthur Blair, nasceu na cidade de Motihari, na então Índia britânica, a 25 de junho de 1903, tendo-se mudado para Inglaterra com a família, ainda durante a infância. Escritor e jornalista, Orwell é uma das mais influentes figuras da literatura do século xx. Defensor incondicional da liberdade humana e acérrimo opositor do totalitarismo, inscreve-se no panorama literário com as obras “Dias Birmaneses” (1934) e “Homenagem à Catalunha” (1938). Mas será, sem dúvida, com “A Quinta dos Animais” (1945) e “1984” (1949), duas narrativas com uma atualidade assombrosa, que o autor alcança o reconhecimento internacional. Faleceu com tuberculose, em Londres, a 21 de janeiro de 1950.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“A Quinta dos Animais”, de George Orwell (Antígona, Wook):
https://www.wook.pt/livro/a-quinta-dos-animais-george-orwell/24528457
Leitores residentes no Brasil:
“A Fazenda dos Animais”, de George Orwell (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/a-fazenda-dos-animais-edicao-especial/artigo/a227fa7d-277e-47ad-ab84-56d96137f0aa
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Boas leituras!
A fazenda dos animais, ou Revolução dos bichos (no Brasil) é uma leitura que, de fato, todos deveriam fazer em algum momento, inclusive, bastante cedo na vida, nos traz reflexões não só sobre opinião, necessidade de avaliar bem líderes x autoridades, mas também traz uma incrível forma de pensarmos também sobre economia, nossos modelos e sistemas.
Excelente post.