A poesia de Marília Garcia sucede à literatura de viagem de José Luís Peixoto a 13 de abril no Encontro de Leituras

Publicada em Portugal pela Tinta da China, em outubro de 2019, inserida na coleção de poesia, que é coordenada por Pedro Mexia, a obra \”Câmera Lenta e Outros Poemas\” de Marília García, serve de base para a conversa do Encontro de Leituras no mês de abril, através da plataforma Zoom.

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Fonte: Edições Tinta da China

\”Se a gente prestar atenção e fizer silêncio
– se a gente prestar atenção e fizer
silêncio –
pode ser que ouça
alguma mensagem
perdida no ar.
\”

É com estes versos que Marília García encerra \”Hola, Spleen\”, um dos poemas de \”Câmera Lenta\”, o livro que estará em discussão no Encontro de Leituras.

No Brasil, esta obra que é o quinto livro de Marília Garcia foi publicado pela editora Companhia das Letras em 2017. Em Portugal, a obra saiu com o título \”Câmera Lenta e outros Poemas\”, em Outubro de 2019, na colecção de poesia da Tinta da China, sob responsabilidade de Pedro Mexia, que foi um dos jurados da edição do Prémio Oceanos 2018.

Esta edição portuguesa funciona também como uma antologia, dado que, além do livro \”Câmara lenta\”, possui também poemas dos livros anteriores da escritora — \”Paris não tem centro\”\” (7Letras, 2016); \”Um teste de resistores\” (7Letras, 2014); \”Engano geográfico\” (7Letras, 2012); \”20 poemas para o seu walkman\” (Cosac Naify, 2017) — e traz ainda quatro poemas inéditos.

“Mecanismos interrogativos, manifestações de espanto sofisticado, os poemas de Marília Garcia estão atentíssimos aos fenómenos e às teorias. Contam coisas, descrevem coisas, desmontam coisas (máquinas, viagens, conversas, enganos geográficos, festivais de poesia), como se toda a narração fosse uma desconstrução. E usam truques, loops, mudanças de velocidade, deslocamentos linguísticos, materiais diversos. Da ‘poesia da experiência’ e da ‘poesia da linguagem’ fazem uma poesia da experiência linguística.” — Pedro Mexia

Depois de publicar o seu primeiro livro, Marília Garcia começou a ser convidada para festivais literários e percebeu nessa altura que a sua poesia era feita para uma leitura silenciosa, não funcionava ao ser lida em voz alta. Foi então que fez poemas novos, que lhe permitissem essa leitura em voz alta nos eventos para que era convidada. Começou ao mesmo tempo a pensar em imagens para projectar enquanto lia. A sua obra ganhou assim mais dimensão ensaística e performativa. Por esse motivo, \”Parque das Ruínas\”, o seu livro mais recente, publicado no Brasil em 2018 pela Luna Parque (a editora de poesia que a autora criou com o poeta e professor Leonardo Gandolfi em 2015), já incorpora, nas suas páginas imagens, fotografias, gravuras, fotogramas de filmes.

Frequentemente, quando lê os seus poemas em público, Marília Garcia vai actualizando o texto, pensando o poema para um cenário específico, tal como acontece nas artes plásticas e adaptando-o ao lugar onde é dito, tal como fez, por exemplo, na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) em 2016.

O debate da próxima edição desta iniciativa ocorre às 22h em Lisboa, 18h em Brasília, no dia 13 de abril. O ID da reunião no Zoom é 912 9667 0245 e a senha de acesso 547272.

O clube que junta leitores de língua portuguesa acontece, uma vez por mês, via Zoom e discute romances, ensaios, memórias e obras de jornalismo literário, na presença de um escritor, editor ou especialista convidado. É moderado pelas jornalistas Isabel Coutinho, responsável pelo site do PÚBLICO dedicado aos livros, o Leituras, e por Úrsula Passos, editora-assistente de Cultura do jornal paulista e coordenadora do Clube de Leitura Folha, que existe desde 2017 e só discute obras de ficção.

Por fim, pelo Encontro de Leituras já passaram o escritor angolano Ondjaki, que discutiu com os leitores o seu romance \”Bom Dia Camaradas\” (Editorial Caminho); o autor português Valter Hugo Mãe, para falar de \”Contra Mim\” (Porto Editora); a escritora e professora de literatura brasileira Nádia Battella Gotlib, biógrafa de Clarice Lispector, para conversar sobre \”A Paixão Segundo G.H.\” (Relógio D’Água), e o escritor José Luís Peixoto sobre o seu livro de viagem \”O Caminho Imperfeito\”.

Foto: Marília Garcia por Renato Parada

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Sobre a autora:
Marília Garcia nasceu em 1979, no Rio de Janeiro. Publicou os livros \”20 poemas para o seu walkman\” (Cosac Naify, 2007), \”Engano geográfico\” (7Letras, 2012), \”Um teste de resistores\” (7letras, 2014), \”Paris não tem centro\” (7letras, 2015) e \”Câmera Lenta\” (Companhia das Letras, 2018, vencedor do Prémio Oceanos).

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“Câmera Lenta e outros Poemas”, de Marília Garcia (Tinta da China, Wook):
https://www.wook.pt/livro/camera-lenta-e-outros-poemas-marilia-garcia/23376706

Leitores residentes no Brasil:
“Câmera Lenta e outros Poemas”, de Marília Garcia (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/camera-lenta-1-ed-2017/artigo/e3519635-1a98-4479-9583-6c615cc5b3cb

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Boas leituras!

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