Neste ano de 2021, pela autoria de \”Em Todos os Sentidos\”, Lídia Jorge arrecadou o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários sucedendo ao escritor Mário de Carvalho que venceu no ano passado com \”O que eu ouvi na barrica das maçãs\”.
Segundo o que foi anunciado pela organização, a escritora Lídia Jorge foi a vencedora do Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), com o livro “Em Todos os Sentidos”.
Na introdução que abre este livro, Lídia Jorge define a crónica como uma homenagem ao deus que faz escorregar os grãos de areia, mirando-nos de soslaio. E acrescenta: \”Como não podemos vencer o Tempo, escrevemos textos que o desafiam a que chamamos crónicas.\”
Em suma, no interior desta obra, existem páginas inesquecíveis sobre a vida humana.
O Grande Prémio de Literatura Crónica e Dispersos Literários APE/Câmara Municipal de Loulé foi atribuído por unanimidade do júri, constituído por Carina Infante do Carmo, José Carlos Seabra Pereira e José Viale Moutinho, indicou a APE em comunicado.
Na ata de atribuição do prémio, o júri justifica a escolha de “Em Todos os Sentidos”, de Lídia Jorge, editado pela Dom Quixote, com o facto de “se tratar de um livro de mestria cronística”.
A edição possui 264 páginas. Nelas, a autora reúne 41 textos onde junta, no mesmo palco da reflexão, o pensamento crítico sobre a realidade e o discurso subjectivo da memória íntima, com um olhar profundamente sentido.
\”Do conjunto de textos resulta uma obra bem afeiçoada e nela se evidenciam: a brevidade impressionista suscitada pela ocasião, pela atualidade que ganha fôlego reflexivo; uma arte bem temperada na composição e intencionalidade da crónica; e o poder de sugestão, inferência e alusão da escrita com laivos ficcionais e poéticos.”
Anualmente, o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, instituído pela APE, com o patrocínio da Câmara Municipal de Loulé, destina-se a galardoar uma obra em português, de autor português, publicada em livro e em primeira edição em Portugal, no ano de 2020. O valor monetário deste galardão é de 12 mil euros.
A cerimónia de entrega do prémio terá lugar no próximo dia 15 de maio, às 10h30, no Auditório da Assembleia Municipal, em Loulé.
Em edições anteriores, este prémio já distinguiu os autores José Tolentino Mendonça, Rui Cardoso Martins, Mário Cláudio e Pedro Mexia.
Foto: Lídia Jorge por João Pedro Marnoto
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Sobre a autora:
Romancista e contista portuguesa, Lídia Jorge nasceu em 1946, no Algarve. Viveu os anos mais conturbados da Guerra Colonial em África. Foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. É professora do ensino secundário e publica regularmente artigos na imprensa. O tema da mulher e da sua solidão é uma preocupação central da obra de Lídia Jorge, como, por exemplo, em “Notícia da Cidade Silvestre” (1984) e “A Costa dos Murmúrios” (1988). “O Dia dos Prodigíos” (1979), outro romance de relevo, encerra uma grande capacidade inventiva, retratando o marasmo e a desadaptação de uma pequena aldeia algarvia. “O Vento Assobiando nas Gruas” (2002) é mais um romance da autora e aborda a relação entre uma mulher branca com um homem africano e o seu comportamento perante uma sociedade de contrastes. Este seu livro venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 2003. Venceu o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2020.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Em Todos os Sentidos”, de Lídia Jorge (Dom Quixote, Wook):
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