Há um ano e dois meses, Roberto Saad fundou a Uiclap, uma plataforma de autopublicação que já amealhou cerca de dois mil autores que, ao todo, publicaram 2.773 títulos, sendo que estes eram os dados relativos até à semana anterior.
O modelo de negócio não é desconhecido, visto que o autor se regista, carrega o PDF do miolo do livro, a capa e os respectivos dados da obra. Depois, estabelece um preço. A partir desse momento, o livro entra para uma loja virtual e fica disponível para ser comprado. Em cada venda que é realizada, os arquivos são enviados para uma gráfica, que é parceira, que imprime e cuida do envio até ao leitor.
Segundo Saad, a diferença é a simplicidade. Em declarações ao Publishnews, ele explicou:
“Quis trazer a simplicidade do YouTube ou do Instagram para o livro impresso e resolver uma dor do autor que quer publicar o seu livro e não consegue.” — Roberto Saad, Uiclap
Adicionalmente, outra aposta da Uiclap está no envolvimento e na formação de comunidades entre esses autores.
“Eles são muito ativos nas nossas redes sociais e até criamos um grupo no Facebook que já reúne mais de 2.500 escritores e aquilo se alimenta sozinho, com mais de 15 mil interações por mês. É um grupo muito ativo e funciona como uma ferramenta importante na nossa missão de democratizar a publicação de livros.” — Roberto Saad, Uiclap
Para ajudar nessa tarefa, a Uiclap permite aos seus usuários a emissão de cupons de descontos e a possibilidade de o autor criar uma página própria dentro da plataforma. Isso faz que o autor consiga reunir, num só lugar, o seu perfil pessoal e os títulos disponíveis na Uiclap.
Um caso de sucesso referido por Saad é o livro \”Cemitério das orquídeas\”, de Tiago Pinheiro, que chegou a vender 450 cópias numa semana.
Em termos de futuro, atualmente, os livros publicados pela Uiclap ficam disponíveis exclusivamente dentro do e-commerce da plataforma, No entanto, Roberto adianta que, muito em breve, fará a integração com outros marketplaces, incluindo o da Amazon, ampliando a capacidade de vendas.
Por outro lado, ele estuda criar uma plataforma multicolaborativa, que junte num só lugar profissionais de produção editorial (revisores, capistas, diagramadores, tradutores, ilustradores etc).
“Queremos oferecer uma solução completa, de ponta a ponta. O autor poderá chegar com um texto manuscrito em uma folha de papel e, ao entrar na plataforma, encontrará todo tipo de serviço que permitirá que o livro saia impresso na outra ponta.” — Roberto Saad, Uiclap
Mais para frente, espera abrir esse tipo de serviço para pequenos e médios editores. A ideia é que toda a produção editorial e gráfica sejam feitas pela plataforma: o editor poderá encontrar, na Uiclap, a sua equipe de profissionais, vender e imprimir o livro, de maneira simples e fácil.
Ainda a pensar no futuro, Saad pensa alto:
“Espero chegar a ser a principal – e não necessariamente a maior – plataforma de autopublicação da América Latina, reunindo a maior comunidade de autores da região.” — Roberto Saad, Uiclap
Roberto Saad é administrador, foi sócio de casas noturnas em São Paulo e no Guarujá e diretor da unidade pediátrica de um hospital em São Bernardo do Campo e teve esta ideia, depois de uma visita a Carlos Henrique de Carvalho Filho, ainda na BookPartners. A empresa comandada por Carvalho teve a sua falência decretada em março de 2020.
Nessa conversa, viu a planta de impressão por demanda instalada pela BookPartners e foi encorajado pelo amigo a lançar a plataforma. Desde então, Carlinhos, como o ex-presidente da BookPartners é chamado, tornou-se uma espécie de conselheiro da Uiclap.
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Foto: Uiclap/Divulgação
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