O romance \”Meio Sol Amarelo\”, da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que já tinha arrecadado o galardão do Women’s Prize for Fiction em 2007, foi considerado o melhor romance dos 25 anos de história do prémio. O anúncio foi realizado na manhã desta quinta-feira pela organização. Relembro que ele foi publicado em Portugal pela Dom Quixote e pela Companhia das Letras no Brasil.
A poderosa narrativa \”Meio Sol Amarelo\” ocorre durante a guerra civil nigeriana, no final da década de 1960. O romance aborda questões como o colonialismo, classe, raça e empoderamento feminino, e “como o amor torna todas estas coisas complicadas”, referiu a organização. Foi o vencedor da edição de 2007 do Women’s Prize, quando este ainda se chamava Orange Prize.
O livro originalmente publicado no ano de 2006 foi escolhido pelos leitores de entre uma lista de obras que incluía autoras como Zadie Smith, Andrea Levy, Lionel Shriver, Ali Smith, Rose Tremain e Maggie O’Farrell, sendo que esta última foi a vencedora da edição deste ano do Women’s Prize, com \”Hamnet\”, um romance inspirado na morte do filho de William Shakespeare. O prémio chega cinco anos depois de o romance de Adichie ter sido considerado o melhor da última década pelos jurados dos últimos dez anos.
O “Winner of Winners” foi uma de várias iniciativas lançadas para celebrar os 25 anos do Women’s Prize, prémio que celebra a criatividade feminina, que incluíram a campanha #ReadingWomen, que procurou incentivar a leitura de todas as obras vencedoras. O Women’s Prize foi atribuído, pela primeira vez, em 1996, a \”A Spell of Winter\”, da britânica Helen Dunmore.
A partir de Lagos, a capital da Nigéria, a autora, conhecida por obras como \”Todos Devemos Ser Feministas\”, já reagiu e disse:
“Estou especialmente comovida por ter sido votada como ‘Winner of Winners’ porque este prémio trouxe-me muitos leitores e também me introduziu ao trabalho de muitas escritoras talentosas.” — Chimamanda Ngozi Adichie
Por último, mas não menos importante, Adichie estará à conversa com Kate Mosse, diretora do Women’s Prize, no dia 6 de dezembro, a partir das 19h. O evento será transmitido online. No entanto, o acesso só é permitido mediante a compra de bilhetes que estão disponiveis aqui.
Foto: Chimamanda Ngozi Adichie por Vladimir Weinstein
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Sobre a autora:
Nasceu na Nigéria, em 1977, tendo ido estudar para os Estados Unidos aos dezanove anos. Os seus contos apareceram em diversas publicações e receberam inúmeros galardões como o da BBC Short Story Competition em 2002 e o O. Henry Short Story Prize em 2003. “A Cor do Hibisco”, o seu primeiro romance, foi distinguido com o Hurston/Wright Legacy Award 2004 e o Commonwealth Writers’ Prize 2005, tendo também sido finalista do Orange Broadband Prize 2004 e nomeado para o Man Booker Prize 2004. “Meio Sol Amarelo”, já publicado pela Dom Quixote, venceu, em 2007, o Orange Broadband Prize, o Anisfield-Wolf Book Award, o PEN Beyond Margins Award e o Women\’s Prize for Fiction de 2020, como o melhor romance dos últimos 25 anos. “Americanah” venceu o Chicago Tribune Heartland Prize 2013. A escritora foi também distinguida, em 2008, com um Future Award na categoria de Jovem do Ano e recebeu uma bolsa da MacArthur Foundation, considerada a “bolsa dos génios”, no valor de 500 mil dólares. A sua obra encontra-se traduzida em trinta e uma línguas.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Meio Sol Amarelo”, de Chimamanda Ngozi Adichie (Dom Quixote, Wook):
https://www.wook.pt/livro/meio-sol-amarelo-chimamanda-ngozi-adichie/19319202
Leitores residentes no Brasil:
“Meio Sol Amarelo”, de Chimamanda Ngozi Adichie (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/meio-sol-amarelo-1-ed-2008/artigo/28b2924d-b44d-401d-9f35-2e601afd6071
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Boas leituras!