Hoje, a Anna Beatriz Freitas entrega-nos as suas impressões de leitura sobre \”Eu Sou o Mensageiro\”, de Markus Zusak, conhecido por livros como \”A Menina que Roubava Livros\” e \”O Contrutor de Pontes\”, todos eles publicados pela Editora Intrínseca no Brasil. Quanto ao livro que serve de base para esta opinião, ele chegou, em setembro de 2007, numa edição de 318 páginas traduzida por Antônio E. de Moura Filho.
Com certeza, muitos de vocês já conhecem este livro mas, mesmo assim, creio que ele mereça uma opinião minha. Quando o recebi, ouvi a frase “tenho certeza de que você vai amar” e, claro, a minha amiga estava certa. Normalmente, tenho o costume de ler à noite e foi numa noite muito quente que comecei a ler sobre a vida de Ed Kennedy: 19 anos, taxista, fracassado, com um amor não correspondido e dono de um cachorro fedorento, apesar de todos os esforços de Ed para fazê-lo cheirar melhor.
A vida de Ed resumia-se a conduzir o seu taxi, a jogar cartas com os seus amigos, a desejar Audrey, que se interessava por qualquer um, que não fosse ele, a ter problemas com a sua mãe e, ainda, a chegar a casa e encontrar o Porteiro, o seu cachorro de dezessete anos, que tinha esse nome por gostar de ficar deitado à porta. Aos poucos, a vida do nosso protagonista muda após ele, por impulso, impedir um assalto a um banco. Ed, então, começa a receber envelopes misteriosos com apenas uma carta de baralho e alguns endereços. Contudo, ele só vai descobrir o que precisa de fazer se for até esses lugares.
Entretanto, de forma lenta, a sua vida vai seguindo um rumo diferente, uma vez que ele começa a observar as pessoas, ao seu redor, de outra forma e, paralelamente, começa a ver-se a si mesmo como nunca tinha visto antes. Cada endereço leva Ed a uma missão, uma mensagem que ele precisa entregar e que muda a vida de muitas pessoas, e, principalmente, aproxima-o dele mesmo. Faz com que ele veja que, mesmo nunca tendo imaginado que poderia, pode mudar a vida de algumas pessoas e a sua própria com alguns atos simples. A jornada é engraçada, mas também difícil, muitas vezes, e enquanto o personagem entrega as suas mensagens, vai enfrentando, ao mesmo tempo, questões relacionadas com a sua própria vida e que,antes,ele ignorava, e isso guia-o para um caminho de autoconhecimento.
O livro conta com uma atmosfera de comédia, drama e mistério. De vez em quando, enquanto lia, pude pensar em Ed, como um amigo próximo, pois ele é, somente, o retrato de uma pessoa comum, como eu e você, com problemas, que comete erros, que ama, detesta e sente medo e é isso que nos prende ao livro, dadp que nos mostra que, em cada um de nós, existe um pedacinho do Ed, que se via como alguém que não fazia diferença alguma até começar a fazer. Cada mensagem nos toca de maneira incrivelmente íntima e particular, exatamente como toca o Ed, e cada uma delas vai aproximando o Ed, e por consequência o leitor, da mensagem mais importante de todas.
Foto: Markus Zusak por Simone Padovani
Sobre o autor:
Filho de pai austríaco e mãe alemã, o autor australiano Markus Zusak, que nasceu em 1975, decidiu escrever “A Rapariga que Roubava Livros”, a partir da experiência dos pais sob o nazismo nos seus países de origem. Markus Zusak realizou uma ampla pesquisa sobre o tema, na própria Alemanha, verificando informações em Munique e visitando o campo de concentração de Dachau e este romance foi adaptado para o cimema, sendo que algumas histórias da ficção são recordações de infância da mãe. “I Am the Messenger” rendeu-lhe os prémios Publishers Weekly Best Books of the Year-Children e o Children\’s Book Council of Australia Book of the Year Award. Também é autor de “Nada Menos que um Milagre”, que chegou em 2019.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes no Brasil:
“Eu sou o Mensageiro”, de Markus Zusak (Editora Intrínseca, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/eu-sou-o-mensageiro-1-ed-2007/artigo/d5e7a41d-e3b1-40aa-9977-ad26cf642870
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Boas leituras!