Orfeu Negro: Dois lançamentos para ficar de olho no primeiro semestre de 2020

Costuma-se dizer, ano novo, vida nova, para quem gosta de ler e é um leitor ávido, esta é uma altura de ler novos livros e alargar ainda mais os horizontes e, ao mesmo tempo, libertar a imaginação para mais um ano cheio de novas imagens aos mundos no viciante mundo da ficção. 

Hoje, trago-vos 2 lançamentos aos quais devem estar atentos, no primeiro semestre deste ano, no que diz respeito ao catálogo da Orfeu Negro: Em Março, a edição portuguesa de “Calibã e a Bruxa”, uma obra importantíssima da autora italiana Silvia Federici, segundo o Literatamy, que ainda é uma autora sem livros publicados em terras portuguesas.

Em Abril, “Teoria Feminista”, mais um livro  de ensaios da feminista norte-americana Bell Hooks, de quem a editora já publicou “Não Serei Eu Mulher?”, em Setembro de 2018.

Das revoltas camponesas à caça às bruxas, “Calibã e a Bruxa” reflete sobre a violenta transição do feudalismo para o capitalismo, sustentada pela aniquilação de diversas formas de comunalidade e na exploração e domínio de corpos e saberes femininos. Um dos livros mais aclamados de Silvia Federici, teórica e activista feminista, conhecida também pelo seu envolvimento em grupos internacionais a favor do salário pelo trabalho doméstico.

As edições Orfeu Negro continuam a publicação da obra de Bell Hooks, uma referência inequívoca na história do feminismo. Neste novo livro ”Teoria Feminista”, Hooks analisa questões como a solidariedade, a violência e a periferização, defendendo que o movimento feminista tem de aceitar a complexidade das relações sociais e reconhecer o contributo inestimável das mulheres negras ao longo da história.

Foto: Silvia Federici por Zanone Fraissat

Sobre Silvia Federici:
Nascida em Parma, Itália, no ano de 1942, Silvia Federici é uma escritora, professora e ativista feminista italiana mas nacionalidade norte-americana. Nos seus trabalhos conclui que o trabalho reprodutivo e de cuidados que as mulheres realizam, de forma gratuita, é a base sobre a que se sustenta o capitalismo. Nos anos setenta,  foi uma das impulsionadoras das campanhas que começaram a exigir um salário para o trabalho doméstico realizado pelas mulheres sem nenhuma retribuição. Na década de 1980 trabalhou durante vários anos como professora na Nigéria. Os dois caminhos traçados convergem em duas de suas obras mais conhecidas: “Women, The Body And Primitive Accumulation” (2004) e “Revolution At Point Zero” (2013). Situa-se no movimento autónomo dentro da tradição marxista e, na atualidade, é professora emérita da Universidade Hofstra em Nova Iorque.

Sobre Bell Hooks:
Gloria Jean Watkins, conhecida pelo pseudónimo de Bell Hooks, é uma autora norte-americana, feminista e ativista social. A sua extensa obra, que conta com mais de trinta títulos publicados e incide, essencialmente, sobre a interseccionalidade da raça, da classe social e do género, e nos modos como estas categorias produzem sistemas de opressão e dominação reforçando a estrutura capitalista patriarcal. “Não Serei Eu Mulher? – As Mulheres Negras e o Feminismo” foi escrito durante a licenciatura da autora. No entanto, só foi publicado em 1981. é, desde então, louvado como uma reflexão pioneira e um clássico obrigatório da teoria feminista. Atualmente, leciona no Berea College e vive no estado de Kentucky.

Sugestões de Leitura:

Leitores residentes no Brasil:
“Calibã e a Bruxa”, de Silvia Federici (Editora Elefante, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/caliba-e-a-bruxa-mulheres-corpo-e-acumulacao-primitiva/artigo/5a1fedde-92a9-48fb-a7f8-e7e2ccddc636
“Teoria Feminista”, de Bell Hooks (Editora Perspectiva, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/teoria-feminista-da-margem-ao-centro/artigo/ed8d3bb5-5f86-4f31-af39-930751afb5f5

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Boas leituras!

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