5 escritores admirados por Gabriel García Márquez, o incontornável autor de “Cem Anos de Solidão”

Vencedor do Prémio Nobel de Literatura em 1982 e dono de uma vasta produção literária, Gabriel García Márquez marcou a literatura latino-americana, num plano mais próximo, e a literatura mundial, se quisermos estender o seu prestígio e importância, que são inquestionáveis, devido à autoria de obras como “Cem Anos de Solidão”, “O Amor nos Tempos de Cólera”, “Crónica de uma Morte Anunciada” ou, ainda, “O Outono do Patriarca”, para citar algumas, somente. Mas, analisando tudo isto de um outro ponto de vista, já parou para pensar quem são os ídolos deste grande escritor? Abaixo, listo uma mão cheia de autores, retirados da longa lista de nomes que mereciam o respeito e a admiração de Gabo.

1. William Faulkner
Um grande entusiasta da técnica do Fluxo de Consciência, presente em muitas das obras de Gabriel García Márquez, Faulkner marcou a trajetória do colombiano. Na sua autobiografia, Gabo expressa, de forma clara, a sua obsessão pelo trabalho do escritor norte-americano, fundamental para a sua formação: “(…) comecei a fumar, à minha maneira de então, acendendo um na beata do outro, enquanto relia “Luz em Agosto”, de William Faulkner, que era então o mais fiel dos meus demónios tutelares.”.

2. Ernest Hemingway
Autor de obras como “Adeus às Armas” (1929), “As Verdes Colinas de África” (1935), “Por Quem os Sinos Dobram” (1940) e “O Velho e o Mar” (1952), Hemingway arrecadou, em 1954, o Nobel de Literatura em 1954. O americano serviu de modelo de técnica e disciplina para a escrita de García Márquez. Nas suas próprias palavras, se, por um lado, “Faulkner é um escritor que teve grande influência no meu espírito”, por outro, “é a Hemingway a quem mais devo em termos de estilo – não só pelos seus livros mas, igualmente, pelo seu assombroso conhecimento do domínio artesanal que se requer no exercício da escrita.”. Segundo Gabo, Hemingway ensinou-lhe lições como, por exemplo, “quando escrever se torna difícil vale a pena reler as próprias obras para recordar que sempre foi árduo escrevê-las”.

3. James Joyce
O irlandês James Joyce foi um escritor complexo cuja profundidade trouxe importantes renovações na literatura universal. O início da carreira de García Márquez foi marcado por comentários sobre os traços joyceanos presentes nos seus contos. O romance “Ulisses” (1922), obra que narra 19 horas de um dia na vida de Leopold Bloom, foi marcante na história de Gabo. Sobre ela, o escritor declara: “li, aos poucos, e aos tropeços, até que a paciência não me chegou para mais. Foi uma temeridade prematura. Anos mais tarde, já adulto domesticado, entreguei-me à tarefa de relê-lo, a sério, e não só foi a descoberta do mundo próprio de que nunca suspeitei dentro de mim, como, ao mesmo tempo, uma ajuda técnica inapreciável para a liberdade da linguagem, o manejo do tempo e as estruturas dos meus livros”.

4. Virginia Woolf
A britânica e incomparável Virginia Woolf escreveu obras que, hoje, são consideradas clássicos do romance moderno. “Rumo ao Farol” (1927) foi considerada, pela crítica, a sua obra-prima, embora “Orlando” (1928), obra que leva, no título, o nome da protagonista, é tida como a sua principal personagem literária. Em Woolf, Gabriel encontrou inspiração na técnica do monólogo interior que, segundo ele, ela manipulava como ninguém. Sobre a prática, muito utilizada por James Joyce, ele explica que “mais tarde, a descobriu também em Virgínia Woolf, e de fato gosto mais como ela manipula a narrativa que o próprio Joyce.”. Essa referência foi predominante no primeiro romance de García Márquez, “A Revoada”, de 1955.

5. Mercè Rodoreda
Membro da geração literária formada no exílio republicano espanhol e considerada a mais influente escritora de língua catalã, Mercè Rodoreda, é dona de destacada obra do período pós-Guerra Civil, com traduções para cerca de 40 idiomas. A sua produção abarca diversos gêneros, como o conto, o teatro e a poesia, porém, os seus maiores êxitos literários – que conquistaram o coração de Gabriel García Márquez – são os romances.

Foto: Gabriel García Márquez por Tomas Bravo

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Sugestões de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“Luz em Agosto”, de William Faulkner (Dom Quixote, Wook):
https://www.wook.pt/…/luz-em-agosto-william-faulkn…/18138273
“Por Quem os Sinos Dobram”, de Ernest Hemingway (Editora Livros do Brasil, Wook):
https://www.wook.pt/…/por-quem-os-sinos-dobram-ern…/15328354
“Ulisses”, de James Joyce (Relógio D\’Água, Wook):
https://www.wook.pt/livro/ulisses-james-joyce/15322528
“Orlando”, de Virginia Woolf (Cavalo de Ferro, Wook):
https://www.wook.pt/livro/orlando-virginia-woolf/23371753

Leitores residentes no Brasil:
“Por Quem os Sinos Dobram”, de Ernest Hemingway (Bertrand Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/…/71c0222c-b5a8-4a8c-b367-ba4fe…
“Orlando: Uma Biografia”, de Virginia Woolf (Editora Martin Claret, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/…/711b35e4-05bd-46d1-a0d2-08d7f…
“A Praça do Diamante”, de Mercè Rodoreda (Planeta de Livros Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/…/8fad6ff1-a86f-474e-9179-224f4…

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