Paul Auster está de volta! Regressa após sete longos anos sem ter publicado qualquer obra. O seu mais recente romance será lançado simultaneamente nos EUA e em Portugal a 31 de janeiro e intitula-se “4, 3, 2, 1”.
Com esta nova proposta, Paul Auster desafia o nosso pensamento, mostrando-nos um lado seu mais filosófico, mais profundo. Deixa perguntas intrigantes no ar sobre a vida, sobre as escolhas que fazemos e daquilo que, muitas vezes, abdicamos.
“Um romance incrivelmente ambicioso e um prazer de ler. . .
Uma jornada incrivelmente comovente e verdadeira.”
— NPR
“O que verdadeiramente nos motiva?”, “O que nos leva a optar por um caminho em detrimento de outro?” e “De que futuros abdicamos pelo simples facto de termos apenas uma vida para viver?”, são algumas das perguntas que ele nos dirige.
O protagonista deste romance, Archibald Isaac Ferguson é filho único de Rose e Stanley Ferguson. É uma criança, à qual são dados 4 caminhos totalmente distintos. Cada um deles, leva-nos a uma personalidade diferente.
Isso nota-se pelas diferentes relações que ele constrói com a família, as suas paixões intelectuais que percorrem todo o seu ser. E também, o gosto por revisitar vários acontecimentos históricos da América durante o século XX. Sem esquecer, contudo, as quatro vidas paralelas que vive, mercê das circunstâncias, do destino e das suas escolhas.
Este facto de a personagem se desdobrar em várias, não é novo para mim. Como português que sou, faz-me lembrar de Fernando Pessoa, poeta magistral e autor de mais de uma centena de personagens, com data de nascimento, morte, signo, profissão e até mesmo, uma biografia.
Como dizia James Brown, mesmo o mundo sendo um lugar de homens, isso não significa nada, se não houver uma mulher. Com imensa maestria, Auster introduz na narrativa, um sentimento comum a todos os “Fergusons”, a paixão pela mesma mulher, Amy Schneiderman.
E como não seria de esperar outro comportamento, sendo eles, personagens distintas, cada um dos seus relacionamentos com Amy é único.
Desta forma, o autor dá-nos o privilégio de sermos testemunhas de todos os momentos de prazer, dor e do avançar imparável da vida, rumo ao inevitável fim de todas as vidas.
Foto: Paul Auster por Michal Rubin
Sobre o autor:
Nascido em 1947 em Newark, Nova Jersey, Estados Unidos, Paul Auster estudou literatura francesa, inglesa e italiana na Columbia University, em Nova Iorque. Viveu em Paris de 1971 a 1975. De volta à cidade que nunca dorme, em 1980, mudou-se para o bairro do Brooklyn, onde vive e trabalha até hoje. Poeta, tradutor, crítico de cinema e literatura, romancista e guionista de cinema, publicou ensaios, memórias, poesia e ficção. Da sua vasta e multifacetada produção literária destacam-se “A trilogia de Nova Iorque”, “Mr. Vertigo”, “A noite do oráculo”, “No país das últimas coisas”, “Timbuktu”, “Leviathan”, “Sunset Park” e “4 3 2 1” para citar apenas alguns exemplos.
Boas leituras!