A escritora britânica Susanna Clarke, conhecida pela autoria de \”Jonathan Strange & Mr. Norrell\”, romance editado em Portugal pela Casa das Letras, arrecadou o Women\’s Prize for Fiction deste ano, sendo que o romance que lhe deu a vitória, \”Piranesi\”, é o segundo da sua carreira e, ao mesmo tempo, o primeiro desde 2004.
O anúncio da atribuição do galardão foi realizado nos jardins da Bedford Square, em Londres, pela presidente do júri do concurso, Bernardine Evaristo, vencedora do Prémio Booker em 2019.
“Queríamos deixar nas mãos dos leitores um livro de impacto duradouro” —Bernardine Evaristo, presidente do júri do Women\’s Prize for Fiction de 2021
“Piranesi”, o segundo romance de Clarke, editado em Portugal no passado mês de junho pela Casa das Letras, chancela do Grupo LeYa Portugal, tem como figura inspiradora o arquiteto e gravador italiano Giovanni Battista Piranesi (1720-1778), estabelecendo um labirinto literário, construído a partir da casa que a personagem habita.
No que diz respeito ao lançamento desta obra no Brasil, ele já está assegurado pela Editora Morro Branco.
É importante salientar que “Piranesi” foi igualmente nomeado para o Prémio Costa – Romance do Ano de 2020.
“Com este seu novo romance, o primeiro em 17 anos, Susanna Clarke deu-nos um voo de fantasia verdadeiramente original e inesperado que funde géneros e desafia preconceitos sobre o que os livros devem ser. Criou um mundo além da nossa mais selvagem imaginação que nos diz algo profundo sobre o ser humano.” – Bernardine Evaristo, presidente do júri do Women\’s Prize for Fiction de 2021
Os outros cinco romances finalistas do Women’s Prize for Fiction deste ano, anunciados no final de abril, foram “Unsettled Ground”, da também britânica Claire Fuller, “The Vanishing Half”, de Brit Bennett (editado em Portugal pela Alfaguara sob o título de \”A Outra Metade\”), e “No One Is Talking About This”, de Patricia Lockwood, duas autoras norte-americanas, “How the One-Armed Sister Sweeps Her House”, de Cherie Jones, natural de Barbados, e “Transcendent Kingdom”, da ganense-americana Yaa Gyasi(editado em Portugal pela Relógio D\’Água sob o título de \”Reino Transcendente\”).
Pelo caminho já tinham ficado duas das obras inicialmente dadas como favoritas, nomeadamente o romance de estreia da escritora transgénero norte-americana Torrey Peters, “Detransition, Baby”, e “Verão”, o último volume da tetralogia sobre as estações, da autora escocesa Ali Smith, cuja edição em Portugal ficou a cargo da Elsinore, uma chancela da 2020 Editora.
“A ficção das mulheres [escritoras] desafia a categorização e os estereótipos, e todos estes romances confrontam-se com as grandes questões da sociedade, expressas através de histórias emocionantes. Sentimo-nos apaixonados por estes enredos, e esperamos que os leitores também fiquem”, disse Bernardine Evaristo, quando revelou as candidatas.
Do painel de jurados fizeram ainda parte a escritora e jornalista Elizabeth Day, a apresentadora de televisão e rádio Vick Hope, a colunista Nesrine Malik e a apresentadora Sarah-Jane Mee.
No ano passado, o prémio foi atribuído ao romance “Hamnet”, da irlandesa Maggie O’Farrell, entretanto editado em Portugal pela Relógio D’Água.
Dirigido pela romancista Kate Mosse, o Women’s Prize for Fiction tem por objetivo reconhecer a ficção escrita por mulheres em todo o mundo.
Foto Susanna Clarke por Sarah Lee
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Sobre a autora:
Susanna Clarke nasceu em Nottingham, em 1959, filha mais velha de um pastor metodista. Passou uma infância repartida entre o Norte de Inglaterra e a Escócia, tendo frequentado o Colégio de Santa Hilda, em Oxford. Depois de, em 1990, ter estado em Turim (Itália) a ensinar inglês aos executivos da Fiat e, no ano seguinte, em Bilbau (Espanha), regressou a Inglaterra, onde, em County Durham, numa casa com vista para o mar do Norte, começou a trabalhar em “Jonathan Strange e o Sr. Norrell”, uma ficção em que a autora combina fantasia para adultos com romance histórico de costumes e sátira social, fazendo lembrar, simultaneamente, Jane Austen e Philip Pullman. Trata-se, na opinião de um crítico de The Washington Post, de um romance “sumptuoso e original”, que, além do mais, serviu para revelar – The Guardian o disse – uma escritora “admiravelmente criativa e encantadora”, capaz de “inventar elegantes metáforas”. Susanna Clarke trabalhou no mundo editorial, designadamente no catálogo culinário da Simon Schuster, em Cambridge. Publicou sete contos e novelas, em antologias norte-americanas, uma das quais – The Fairy Widower – foi nomeada, em 2001, para o Prémio World Fantasy.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Piranesi”, de Susanna Clarke (Casa das Letras, Wook):
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Boas leituras!