#1 – Nara Vidal, autora de \”Sorte\”, romance finalista do Prêmio Oceanos 2019, recomenda 5 leituras

Neste nova rúbrica do Sonahndo Entre Linhas, o desafio é trazer-vos, a partir de hoje, e com alguma frequência, 5 livros recomendados por autores de língua portuguesa, sendo que, nesta estreia, a convidada foi a autora brasileira Nara Vidal, que escreveu \”Sorte\”, um dos romances finalistas  do Prêmio Oceanos 2019, editado pela Editora Moinhos.

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Fonte: Relógio D\’Água Editores

1 – “O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça”, de Ana Margarida de Carvalho (Relógio D\’Água)
Sinopse: Dois homens caminham. Um chega à terra para matar saudades do mar; outro supera um carreiro íngreme com uma carga de azeitonas. O primeiro vem vergado ao peso da vingança. O segundo ao da sobrevivência. Cruzam-se numa estrada, perdida, no Alentejo, junto à fronteira. De Espanha chegam os ecos dos fuzilamentos e os foragidos da Guerra Civil. Transaccionam-se mercadorias, homens, mulheres e até bebés. No espaço de um dia, que medeia dois entardeceres, muitas mulheres de cabelos ensarilhados pelo vento hão-de conspirar num velho depósito de água rachado; duas amigas separam-se e unem-se por causa de um homem que se dissolve na lama. Um rapaz alentejano voltado para as coisas da existência é por todos traído, mas não tem vocação para desforras, e perde o falcão, a sua máquina alada de matar… Duas comunidades antagónicas, que se hostilizam, guerreiam e dependem uma da outra: uma à míngua, entre vendavais e pó; outra prospera, em traficâncias várias, cercada por pântanos, protegida por um tirano local e pela polícia política, abriga todos os rejeitados pela sociedade, malteses, republicanos espanhóis, fugitivos, cuspidores de fogo, ciganos, artistas de circo, evadidas de conventos, bêbados e arruaceiros. As velhas acusações transformam-se, a guerra tem renovados motivos, a raiva escolhe outros métodos. O grito do corpo continua o mesmo, tal como o gesto que fazemos para proteger a cabeça.

Sobre Ana Margarida de Carvalho:
É jornalista e escritora. Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, o seu primeiro romance “Que Importa a Fúria do Mar” valeu-lhe o prémio APE 2013. O mesmo livro foi finalista nos mais prestigiados prémios relativos à data de edição. “Não se Pode Morar nos Olhos de um Gato” é o seu segundo romance, foi considerado livro do ano 2017, nomeado pela SPA, e vencedor do Prémio Manuel Boaventura. Dentro da sua produção literária, cada vez mais diversificada, possui, também, reportagens, contos, nomeadamente, “Pequenos Delírios Domésticos”, um livro editado pela Relógio D’Água, em 2017, onde demonstra, claramente, o seu talento para a narrativa breve, e poemas espalhados por várias publicações e coletâneas. Em 2017, obteve a bolsa anual de criação literária da DGLAB e tem realizado várias oficinas e workshops de criação literária e de escrita criativa. Em 2019, fez-nos chegar “O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça”, o seu mais recente romance.

Leitores residentes em Portugal:
“O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça”, de Ana Margarida de Carvalho (Relógio D’Água, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-gesto-que-fazemos-para-proteger-a-cabeca-ana-margarida-de-carvalho/23588106

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Fonte: Editora Todavia

2 – “O Quarto Branco”, de Gabriela Aguerre (Editora Todavia)
Sinopse: Numa escrita envolvente e delicada, feminina e firme, este romance de estreia é uma meditação vigorosa sobre memória e descendência. Gloria, uruguaia criada no Brasil, tem cerca de quarenta anos quando vê ruir todas as certezas da sua vida após sofrer um aborto espontâneo e descobrir que o seu corpo não será mais capaz de gestar uma nova vida. Demitida do trabalho e com o pai hospitalizado, ela retorna ao Uruguai da sua infância em busca de respostas e de um pouco de paz. Lá, outros fantasmas estão à sua espera: a irmã gêmea que morreu com poucas semanas de vida mas cuja presença assombraria Gloria até à sua vida adulta, e os ecos ainda presentes de um regime autoritário e violento que obrigou muitos uruguaios a buscar o exílio. Tudo isso é narrado com mão leve. Algumas passagens formam uma deliciosa crônica da saudade montevideana, outras fazem um inventário devastador do remorso e do declínio biológico. Um claro-escuro tão veraz quanto poético. Estreia de Gabriela Aguerre, \”O Quarto Branco\” vai da cólera ao regozijo, da nostalgia à vontade férrea.

Sobre a autora:
Nasceu em Montevidéu, no Uruguai, em 1974, e veio para o Brasil ainda na infância. Jornalista, foi diretora de redação da revista Viagem e Turismo, trabalhou na Superinteressante e em outras publicações. Em 2019, Gabriela Aguerre editou \”O Quarto Branco\”. o seu romance de estreia pela Editora Todavia.

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“O Quarto Branco”, de Gabriela Aguerre (eBook, Editora Todavia, Wook):
https://www.wook.pt/ebook/o-quarto-branco-gabriela-aguerre/22801091

Leitores residentes no Brasil:
“O Quarto Branco”, de Gabriela Aguerre (Editora Todavia, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/o-quarto-branco-1-ed-2019/artigo/cd1165a7-9247-4d75-9c6e-25541d823c31

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Fonte: Editora Todavia

3 – \”Sombrio, Ermo, Turvo\”, de Veronica Stigger (Editora Todavia)
Sinopse: Um livro da novíssima ficção brasileira, que surpreende e faz rir – mesmo dos eventos mais terríveis da vida. Este grupo de ficções de Veronica Stigger – contos, causos, epifanias, poemas e textos de inspiração teatral – oferece, com a sua variedade de forma e ritmos, um conjunto absolutamente irresistível, aterrador e risível de nossas fragilidades (do corpo e da mente).

A história do aluno de colégio invejado por levar tupperware preto; o dia em que nevou numa cidade dos trópicos; o longo conto-poema sobre sangue, menstruação e morte.

Sobre a autora:
Nascida em 1973, em Porto Alegre, e radicada em São Paulo, Veronica Stigger é escritora, jornalista, professora e crítica de arte brasileira. Formou-se em Jornalismo, mas deixou as redações para dedicar-se à pesquisa universitária. É doutora em teoria e crítica da arte pela Universidade de São Paulo, com estudo sobre as relações entre arte, mito e rito na modernidade. Tem diversos livros de contos e um romance que recebeu o Prêmio São Paulo de Literatura.

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes no Brasil:
\”Sombrio, Ermo, Turvo\”, de Veronica Stigger (Editora Todavia, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/sombrio-ermo-turvo-1-ed-2019/artigo/7443b4f9-01f1-43f4-9c49-35a4e571f975

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Fonte: Companhia das Letras

4 – “A Vida Não é Útil”, de Ailton Krenak (Companhia das Letras);
Sinopse: Num momento em que a Humanidade atravessa uma prova de fogo, a lucidez e desassombro de Ailton Krenak obrigam-nos a uma importante reflexão.
A pandemia de coronavírus que o mundo atravessa é apenas um dos vários desafios que enfrentamos hoje. Quando analisada, percebemos que é apenas um sintoma de uma doença maior: se a forma predatória e consumista como lidamos provocou esta pandemia, o autoritarismo e desprezo pela vida humana de alguns governos, transformou-a numa autêntica tragédia para muitos. Em A vida não é útil, ideias para salvar a Humanidade, Krenak, um dos mais originais e importantes pensadores da actualidade, pensa sobre o caminho em direcção à ruína que a Humanidade insiste em tomar e crítica as tendências destrutivas a que nos entregamos em nome de uma suposta «civilização»: o consumismo desenfreado, a devastação ambiental e o primado da economia face ao valor da vida. «Ninguém come dinheiro», «O amanhã não está à venda» e «A vida não é útil» são, além de capítulos deste livro, verdades implacáveis e avisos impossíveis de ignorar do filósofo indígena.

Sobre o autor:
Nasceu no Vale do Rio Doce, no estado de Minas Gerais, em 1953. Ailton Krenak é escritor, argumentista, porta-voz e pensador indígena. Integrante da comunidade dos Krenak, migrou com os seus parentes, aos dezessete anos, para o estado do Paraná. Posteriormente, tornou-se produtor gráfico e jornalista. Dedica-se ao movimento indígena desde muito jovem. Graças aos esforços coletivos e do próprio escritor, o número de indivíduos da sua comunidade voltou a subir, depois de sofrer uma grande queda até os anos 1980, fechou o século XX com 150 indivíduos. É professor doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“A Vida Não é Útil”, de Ailton Krenak (Editora Objetiva Portugal, Wook):
https://www.wook.pt/livro/a-vida-nao-e-util-ailton-krenak/24394689

Leitores residentes no Brasil:
“A Vida Não é Útil”, de Ailton Krenak (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/a-vida-nao-e-util-1-ed-2020/artigo/e46f30ff-70ba-4eac-bd74-10e063bab9bf

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Fonte: Quixote + Do Editora

5 – \”Longe, aqui. Poesia incompleta (1998-2019)\”, de Maria Esther Maciel (Quixote+Do Editora)
Sinopse: Breves cotidianos, com seus aromas variados (chás acompanhados por finos biscoitos poéticos) e um enternecer pelas simplicidades da vida – folhas, plantas, cães e gatos, receitas, os objetos de casa, os cheiros dos dias, as lembranças redescobertas. A produção de Maria Esther Maciel ganha, agora, a reunião “Longe, aqui”, poesia incompleta (Quixote + Do Editora, com Tlön Edições), com poesia e prosa de 1998 a 2019. A obra traz o inédito “O livro das sutilezas” (2019, com ilustrações de Julia Panadés), além de “O livro de Zenóbia” (2004, ilustrado por Elvira Vigna) e “Triz”, de 1998, que volta com novos poemas dos anos seguintes. No seu percurso, iniciado em 1984, a autora vem iluminando os acontecimentos da vida comum de uma forma particular. O reconhecimento não tardou e ela foi finalista de premiações de destaque no Brasil e no exterior, como o Jabuti, o Portugal Telecom de Literatura e o Casa de las Américas.

Sobre a autora:
Além de poeta e cronista, Maria Esther Maciel é também ensaísta e ficcionista. Professora titular de Literatura Comparada da UFMG, já publicou 17 livros de poesia, ficção, crônica e ensaios. Tem textos publicados em vários jornais, revistas e antologias brasileiras e estrangeiras. É colaboradora da Folha de S.Paulo e edita, com outros escritores, a revista literária Olympio.

Leitores residentes no Brasil:
\”Longe, aqui. Poesia incompleta (1998-2019)\”, de Maria Esther Maciel (Quixote+Do, site do editora):
https://quixote-do.com.br/produto/longe-aqui-poesia-incompleta-1998-2019/

Foto: Nara Vidal/Arquivo Pessoal

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Sobre Nara Vidal:
Nasceu em Guarani, no estado de Minas Gerais, no Brasil. Nara Vidal é licenciada em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mudou-se para Londres, em 2001, onde concluiu um Mestrado em Artes. É autora de vários infantojuvenis e tem dois títulos adultos publicados no Brasil. “Sorte” é seu primeiro romance. Já foi premiada com o Maximiano Campos na categoria contos e ganhou por duas vezes o Brazilian Press Awards, em Londres, pelo seu trabalho na literatura, que é onde reside, actualmente. Com \”Sorte\”, alcançou o 3º lugar na edição de 2019 do Prêmio Oceanos (antigo Prémio Portugal Telecom).

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“Sorte”, de Nara Vidal (eBook, Editora Moinhos, Wook):
https://www.wook.pt/ebook/sorte-nara-vidal/21844647

Leitores residentes no Brasil:
“Sorte”, de Nara Vidal (Editora Moinhos, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/sorte/artigo/a4fd4407-ff68-43aa-b512-404a15cf0a0c

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Boas leituras!

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